Tudo o que você precisa saber para pôr sua vida financeira em ordem
Identificando se a dívida é um problema
Ao financiar a casa própria ou um automóvel que usa para trabalhar ou, ainda, ao contratar um empréstimo para fazer
uma reforma no quintal, você está assumindo uma dívida. Mas isso, definitivamente, não é um problema. As pessoas,
em geral, recorrem ao crédito para conseguir realizar projetos ou construir um patrimônio. E isso é bom para os
indivíduos e para a sociedade, pois gera riquezas.
A questão é saber usar essa possibilidade com inteligência e a favor da prosperidade. Antes de contratar qualquer
dívida, é preciso saber se as parcelas cabem no bolso. Sempre considerando que podem ocorrer imprevistos, como a
perda do emprego, doença ou morte de um familiar que contribui com a renda. Quando isso não é levado em conta,
qualquer situação inesperada pode ser um gatilho para a perda de controle das finanças.
Por isso, é bom ficar atento a alguns sinais de alerta. Se num determinado mês falta dinheiro para pagar uma
prestação e você entra no cheque especial ou precisa parcelar a fatura do cartão de crédito, fique de olho. Essa
situação deve ser resolvida rapidamente, caso contrário, os juros acabam elevando a dívida rapidamente. Além de ter
uma folga para imprevistos, o ideal é que a soma de todas as parcelas dos empréstimos e financiamentos não
ultrapasse 30% da renda líquida mensal. Acima desse percentual, o risco de superendividamento começa a aumentar.
Entendendo sobre superendividamento
O superendividamento é aquela situação em que as dívidas de uma pessoa a impedem de suprir suas necessidades
básicas individuais e familiares, como alimentação, moradia, transporte, saúde e pagamento das contas de consumo
(gás, água e energia).
Para ser considerado superendividado, o indivíduo não precisa, necessariamente, estar com o nome negativado.
Muitas pessoas fazem malabarismos, como o rodízio no pagamento de determinadas contas para evitar o corte de
serviços ou a inclusão do nome na lista de inadimplentes. Um mês quita a conta de luz, no outro, a de água. E por aí
vai. Mas acabam ficando com a vida cada vez mais enrolada. Outros precisam recorrer com frequência à ajuda de
familiares para pagar contas.
Sobre negociações
Antes de partir para a negociação, coloque seus gastos e entradas de dinheiro no papel e converse com a família para
descobrir despesas que podem ser enxugadas por um determinado período, para sobrar dinheiro para pagar a dívida.
Conhecendo o valor que poderá dispor, defina um limite para negociar e não assuma compromissos com os quais não
possa arcar. Se for o caso, negocie um desconto nos juros ou um prazo maior para pagar. Feita a negociação, quite as
parcelas sempre em dia, pois uma nova renegociação poderá ser bem mais complicada.
Geralmente, as instituições financeiras têm áreas especializadas em negociação de dívidas e oferecem propostas de
parcelamentos com juros mais baixos a seus consumidores. O importante é procurar ajuda na instituição o quanto
antes, sem deixar que a dívida cresça exorbitantemente por conta dos juros. Caso a instituição se recuse a negociar, o
cliente pode pedir ajuda ao Procon ou demais órgãos de defesa do consumidor para chegar a um acordo.